Wednesday, September 28, 2005

Do fundo do Baú

Eu já dei risada até a barriga doer.
Já nadei até perder o fôlego.
Já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cosquinha no meu irmão só pra ele parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o
rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxa.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pra melhor amiga.
Já confundi sentimentos, peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já levei porrada, já dei porrada e tive que sair correndo.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentada no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, vendo estrelas.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já conversei com alguém até o dia amanhecer.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro.
Já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalça na rua.
Já gritei de felicidade.
Já rolei na areia.
Já caí no chão de tanto rir.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade
E descobri que nada nessa vida é pra sempre.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo,
mas descobri que logo chegam novos e a vida é mesmo um ir e vir sem
razão.
Foram tantas coisas feitas e momentos fotografados pelas
lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

p.s. Não sei de quem é esse texto, mas tem tudo a ver comigo e meu momento!!!